O Estranho
- Patricia pacheco
- 9 de out. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 17 de out. de 2020
Freud atribui o efeito de estranheza ao retorno do recalcado.
A súbita intromissão do sentimento de estranheza nos remete ao inusitado, ao "que não tem controle, nem nunca terá, que não tem juízo, nem nunca terá”.
No entanto, Freud fala que esse efeito pode ser atenuado ou superado na ficção, pois ela é capaz de suscitar a inquietante estranheza, mas também de torná-la aceitável e de fazê-la desaparecer. Ele coloca que o reino da fantasia só é possível como fantasia quando seu conteúdo não se submete ao teste de realidade.
Assim, na produção artística, o recalcamento relaxa e o estranhamente familiar pode vir a se fazer reconhecer como fonte de desejo sem provocar angústia.
A experiência estética é uma possibilidade de transitar no espaço inconsciente. E, a partir do que é para o sujeito tormento, contradição, desejo, é possível, por meio da arte, criar, reinventar, fazer da existência uma possibilidade de significações. A arte autoriza aquele que está em seu contato movimentar o seu desejo.




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